Na longa estrada meio conturbada
Um pouco sozinho neste caminho
Em tropeço e tombos
Eu caio e levanto, saio fugindo.
Igual passarinho com nó na garganta.
Fujo das neiras feito pedra de atiradeira
Sentindo negado no fim do caminho
Um pingo de gente no fundo do poço
Chorando as canseiras na marcha estradeira
Na luz da manhã encontro-me de novo
Com o corpo na cama e alma na lama
Com promessa de vida um tanto sofrida
Um pouco sozinho no turvo caminho da solidão.
Na promessa da vida piedosa e vazia
Ao longo do dia no fim do caminho
Ironia do destino me faz um menino
Sem comida sem preço morrendo de medo
De desvendar o segredo da cena vazia
Um espinho na mão e na sola do pé
O projeto da casa só mesmo a fé
Concreto e tijolos estilhaço na estrada
Águas chegaram a casa sonhada no próximo verão
O vento ventando e a chuva caindo
O corpo enfermo de frio e suor
O agasalho que tinha tiraram lhe tudo
No rosto o desgosto e tropeços da vida.
Toinha. 15/08/10
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