terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ensaio

Como articular a função social da escola com as especificidades e as demandas da comunidade?

Antonia de Jesus Coelho da Costa Alves
( toinha_costa@hotmail.com)

Palavras – chave: escola; sociedade; democracia e cultura.

A escola passou a ser a entidade como uma instituição importante para todas as classes sociais (elites e trabalhadoras) há cerca de 200 anos. A busca pela democracia intensificou só a partir da Revolução francesa e do movimento pela independência dos Estados Unidos, levando assim a transformação de uma escola que antes para poucos, em uma escola para todos.
A partir do século XX foram aparecendo mudanças no campo educacional brasileiro, sendo os motivos desta transformação, os aspectos cultural, econômico educacional e da política, como: a Semana da Arte Moderna, Quebra da bolsa de Nova York, Revolução de 1930 e Estado Novo e o Manifesto dos pioneiros.
Uma decisiva mudança ocorrida nesse período foi o crescimento da importância das cidades. Pois ate então, o Brasil era um País essencialmente voltado para a vida rural. O processo de urbanização, o surgimento das primeiras industrias, a emergência das camadas médias e a imigração teve efeito sobre o campo educacional.
As reformas educacionais foram ocorrendo em diversos estados brasileiros e por trás dessas reformas estavam os educadores; Anízio Teixeira, Fernando de Azevedo e Lourenço Filho entre outros.
A função da escola neste contexto significou cuidar não a penas da tarefa de ensinar, mas de promover meios pelos quais cada pessoa sentisse-se um ser humano digno e valorizado.
O ponto mais significativo da escola na sociedade do conhecimento teve inicio a partir dos anos 90, onde a Unesco instituiu a Comissão Internacional sobre a educação para o século XXI que a partir de então produziu um relatório no qual a educação é concebida a partir de princípios que constituem os quatro pilares da educação.
• Aprender a conhecer; Aprender a fazer; Aprender a conviver; Aprender a ser;
A educação assim concebida indica uma função da escola voltada para a realização do ser humano, alcançada pala convivência e pela ação concreta, qualificada pelo conhecimento para melhor entender a sociedade global e melhor conviver e agir em sua comunidade e em seu trabalho.
A democracia por ser um valor consensual entre os brasileiros e presente na Constituição Federal e nas diferentes leis, as educacionais. Ela pressupõe uma possibilidade de vida melhor para todos, independentemente de sua condição social, econômica, raça, religião e sexo. É por isso que: democracia e educação caminham lado a lado. A escola é um lugar privilegiado onde ocorre a convivência e o acesso a esses bens. É onde se inicia a socialização entre as pessoas. Todas essas pessoas estão de alguma forma, próximas porque têm um interesse em comum; o conhecimento.
A democracia é reconhecida como um valor e como um processo, e trata-se de duas coisas indissociáveis. O valor que diz respeito àquilo que tem importância para as pessoas, para as formas de organização da vida coletiva. A Constituição e a LDB referindo o principio da gestão democrática do ensino público. A escola na verdade, por suas características, pode ser um lugar privilegiado de exercício da democracia como valor e com processo.

Sabemos que a escola é um lugar onde atuam diferentes pessoas e vontades, são exercidos múltiplos papeis. Sua função social ultrapassa a troca de conhecimento sistemático em sala de aula. É, portanto, um espaço de convivência humana – lugar de socialização, de articulação, de encontro e descoberta. Não é uma instituição solta no espaço. Ela tem uma historia que foi - e continua sendo construída por aqueles que em algum momento de suas vidas passaram.
A relação da família com a escola na maioria das vezes não vai bem, e esse afastamento não beneficia nenhuma das partes. Como disse Paulo Freire, “a verdadeira comunicação resulta de uma relação horizontal entre as pessoas”. Ou seja, acontece quando falamos de igual para igual. O que acontece de fato, é que ainda existem mais comunicados do que comunicações. Mas a freqüência das comunicações entre a escola e a comunidade irá variar de acordo com a natureza das articulações a serem realizadas.
Quando os pais se envolvem na educação dos filhos, a chance de sucesso das crianças nos estudos é muito maior. Uma comunidade bem informada pode contribuir de forma decisiva para a melhoria da qualidade da escola como um todo.
A cultura diz respeito a todo modo de vida de uma sociedade, se refere a forma como as pessoas e os grupos sociais produzem sua própria existência a partir das influencias que recebem.
As influencias recebidas por uma pessoa ou por um grupo vãs desde as mais gerais e relativas á sociedade ou país onde vive, passando pelas relacionadas ás instituições onde trabalha, estuda ou freqüenta até as que se referem á sua vida privada e cotidiana.
Como disse Hunt: “todas as praticas, sejam econômicas ou culturais depende das representações, utilizadas pelos indivíduos para darem sentido ao seu mundo”.
Uma escola identificada por sua cultura especifica tem força para influir na cultura da comunidade. Conforme as características da comunidade e as intenções do pessoal da escola, ela poderá se transformar em pólo de desenvolvimento da própria comunidade.
Chervel afirma que: até hoje esse poder criativo do sistema escolar é insuficientemente valorizado pelas pessoas em geral, e que talvez por isso não se tenha percebido com clareza o papel da escola, o “de formar não somente os indivíduos, mas também uma cultura que vem por sua vez penetrar, modelar, modificar a cultura da sociedade global”.
A construção da historia e da cultura de uma escola depende de todos. Sem partilha não se cria uma cultura positiva para a escola; no Maximo conta-se a historia de um diretor que não conseguiu formar uma equipe, não conseguiu construir a cultura necessária para sua escola que ficou a mercê das influencias externas ou individualistas.
Bibliografia: Apostila do pro gestão: como articular a função da escola com as especificidades e as demandas da escola, Módulo I \ PENIN, Sonia Teresinha de Sousa e VIEIRA, Sofia Larche: Apostila 2º período do curso de complementação de estudo do curso Normal Superior.

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